sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Escolho morar onde mora o pecado


Escolho morar onde mora o pecado

Reservada a mim, minha graça encanta,  
mas, a força do meu sonho espanta...  
Nada anseio fazer, nem ambiciono mudar,  
pois minha essência é honrada e santa.

Se te ofendes, ao me ver passar,  
sem te preocupares com o meu pensar,  
mudo-me de lugar... sou leve...  
posso voar mais alto...  
e nas grandes altitudes,  
(re)encontro outro lugar...

Meio homem ou mulher,  
meio animal ou flor, meio sol ou chuva,  
meio deserto ou mar...  
- sou tudo - ultrapasso os raios de sol,  
aninho-me no infinito da Poesia...

Aquilata teus sarcasmos inúteis,  
ou te prostarão ao fedor da inveja fria.  
E, se – desnuda - não me queres ver,  
jamais deves mirar o céu c’os olhos nus,
 por onde noite e dia e madrugada adentro,  
coloco-me a plantar nudez ao vento...

Ditosa, moro aqui, neste lugar intenso,  
somente aos deuses e poetas reservado...  
Neste Eden pecado, onde a nudez é pura
- no qual ninguém se afronta ou chacoteia -  
posso dançar, tão livre, ao canto dos meus versos
- sem medo – posso estar - entre poetas nus!

Flor da Madrugada
Cabo Frio, 10 de outubro de 2009 – 19h50

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