Escolho morar onde mora o pecado
Reservada a mim, minha graça encanta,
mas, a força do meu sonho espanta...
Nada anseio fazer, nem ambiciono mudar,
pois minha essência é honrada e santa.
Se te ofendes, ao me ver passar,
sem te preocupares com o meu pensar,
mudo-me de lugar... sou leve...
posso voar mais alto...
e nas grandes altitudes,
(re)encontro outro lugar...
Meio homem ou mulher,
meio animal ou flor, meio sol ou chuva,
meio deserto ou mar...
- sou tudo - ultrapasso os raios de sol,
aninho-me no infinito da Poesia...
Aquilata teus sarcasmos inúteis,
ou te prostarão ao fedor da inveja fria.
E, se – desnuda - não me queres ver,
jamais deves mirar o céu c’os olhos nus,
por onde noite e dia e madrugada adentro,
coloco-me a plantar nudez ao vento...
Ditosa, moro aqui, neste lugar intenso,
somente aos deuses e poetas reservado...
Neste Eden pecado, onde a nudez é pura
- no qual ninguém se afronta ou chacoteia -
posso dançar, tão livre, ao canto dos meus versos
- sem medo – posso estar - entre poetas nus!
Flor da Madrugada
Cabo Frio, 10 de outubro de 2009 – 19h50
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